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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Biografia - The Rolling Stones.


O nome da banda formada em 25 de Maio de 1962 vem de uma canção do Pai do Blues Muddy Waters chamadaRollin’ Stone, que já seria um clássico absoluto do gênero mesmo se não tivesse inspirado nenhum outro artista. Por incrível que pareça, ainda existem céticos arrogantes que duvidam da influência absoluta e constante do blues no rock n roll.

No ano de 1963, ainda no anonimato, os Stones assinaram um contrato com a Decca Records para a gravação de um disco demo. Nada de tão incomum, se alguns meses antes a Decca não tivesse rejeitado uma chance a garotos de Liverpool chamados de The Beatles. Seria trágico se não fosse absolutamente cômico.

Em junho de 1965 lançou o single (I Can't Get No) Satisfaction, que entrou no almejado Hot 100 da revista Billboard dos EUA (que naquela época tinha credibilidade pelo simples fato de não ter Lady Gaga e cia. no topo). O hit permaneceu entre as dez melhores por 14 (QUATORZE) semanas seguidas, das quais esteve na liderança durante 4.

Os Stones foram um dos percursores da psicodelia junto com uns caras de Cambridge liderados por Roger Waters. “Nadaram contra a maré”, já que na época quem estava em evidência era Bob Dylan e sua pegada folk. A princípio, a música Sympathy for the Devil (da mesma maneira que Satisfaction) deveria seguir os princípios dos ícones do folk, entretanto Keith Richards (e sua psicodelia perene) resolveu tomar como base algo parecido com uma bossa, dando destaque à percussão e alguns teclados. Alguns dizem que a inspiração veio dos batuques do candomblé, que Mick e Keith ouviram na Bahia. A música ainda foi trilha sonora de um belo documentário dirigido por Jean-Luc Godard.

A suposta rixa com os Beatles (que só existe para a mídia, já que Lennon e Jagger foram amigos próximos) começou no ano de 1967. Enquanto os Beatles lançavam o Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, osStones lançavam Their Satanic Majesties Request. A rebeldia dos Stones em resposta à paz e serenidade dos garotos de Liverpool. Their Satanic Majesties Request é resenhado até hoje como “presunçoso e bagunçado”. O título do disco também ajuda no crescimento dos rumores e comentários sobre o satanismo. Besteira. Em resposta aos comentários sobre devoção ao capiroto unidos a reclamações sobre as letras da banda não terem nexo algum, Mick Jagger deu a declaração seguinte, “Não se deve prestar atenção nas letras. É por isso que não as imprimimos nas capas dos discos. Elas devem ser entendidas dentro do contexto da música. É desse modo que as atitudes e as emoções são transmitidas”.

Em dezembro de 68, o grupo se reuniu com Eric Clapton, John Lennon e os não menos épicos do The Who para dois dias de concertos num circo. A apresentação é nomeada The Rolling Stones Rock n Roll Circus (e virou VHS no ano de 1996) e ainda hoje é lembrada como um dos grandes momentos do rock.

O ano de 1969 foi marcado pelo afastamento de Brian Jones da banda, por conta sérios problemas com drogas. Algum tempo após sua saída da banda, foi encontrado morto afogado numa banheira. Mais um entre os artistas que morreram aos 27 anos, Jones deixou o posto de segundo guitarrista para Mick Taylor, que permaneceu na banda por pouco tempo (até 1974), e participou apenas das gravações de Let It Bleed.

Apesar de toda a falácia de algumas referências que o povo faz com os nomes dos discos (Let it Bleed dos Stones e Let it Be, dos Beatles, lançado quatro meses depois), as coincidências param por aí. O álbum do Stones diz respeito à época sangrenta (literalmente), e principalmente à Guerra do Vietnã.

O Rolling Stones foi a primeira banda a apresentar um show épico no Madison Square Garden, em Nova York, no ano de 1970. O ginásio já era um templo do Hockey no Gelo e do basquete. Transformou-se num templo da música após a gravação do Get Your Ya-Ya's Out, primeiro disco ao vivo da banda, gravado em estéreo autêntico com altíssima fidelidade. Keith, Jagger e cia. se apresentaram no Madison Square antes de Elvis Presley (72), Led Zeppelin (73) e Pink Floyd (77).

A mudança para a Atlantic Records em 1971 permite o lançamento do selo próprio, denominado Rolling Stones Records. O primeiro disco sob o selo da RS Records foi o Sticky Fingers. A polêmica capa do LP original foi concebida pelo artista americano Andy Warhol e retrata a virilha de um modelo desconhecido (NÃO É O MICK JAGGER) vestindo um jeans apertado. Não preciso dizer que a capa de Sticky Fingers foi censurada em N territórios ao redor do mundo.

A principal revolução do Sticky Fingers vai além da capa polêmica e das algumas músicas com rifes legais. Foi a primeira vez em que o logotipo lips and tongue (“lábios e língua”, em português) foi usado. Para pessoas ligadas à publicidade, como este que vos escreve, é fascinante ver um logotipo sem elementos tipográficos ser facilmente relacionado à marca (uma banda no caso).

A esta época, Keith Richards já apresentava problemas com entorpecentes e, ao que parece, não via problema algum em esconder isso.

No ano de 1972, Mick Jagger foi questionado sobre seu futuro como cantor. A resposta: se eu ainda cantar Satisfaction quando tiver quarenta anos, me suicido. Interprete como quiser. Hoje ele tem 68. Hey, hey, hey, that's what I say.

Em meio a brigas entre Keith Richards e sua mulher, tratamentos de desintoxicação e acusações de tráfico (quando cito o Keith eu preciso mesmo esclarecer que falo sobre drogas?), além de um exílio forçado da banda em terras francesas por conta de problemas de impostos no Reino Unido, as gravações de um próximo disco ficaram estacionadas por um tempo, até que em 1972 chegava às lojas uma das obras mais admiráveis da história da música. Um álbum que ocupa a sétima posição na lista dos “500 melhores da história”, organizada pela revista Rolling Stone e situa-se entre os 200 discos definitivos do Rock’n’Roll Hal of FameExile on Main Street.

O álbum não soa apenas como homenagem explícita ao R&Bjazz e soul. Ele basicamente dá a impressão de que foi composto pelos maiores ícones dos gêneros inspiradores. É o auge de Keith Richards como músico e compositor.

No ano de 1975 a banda deu início à turnê denominada Tour of the Americas, que a princípio incluía shows nos Estados Unidos, Canadá, Venezuela, México e Brasil (São Paulo e Rio de Janeiro). Entretanto, as ditaduras predominavam (e assolavam) a maioria dos países da América Latina. A imagem rebelde de sexo, drogas erock’n’roll transportada na bagagem da banda era o que os ditadores menos desejavam por esses lados.

Em junho de 78, os Stones voltam ao prime. E ao topo. O discoSome Girls apresenta um ritmo acelerado, o qual alguns especialistas ousam sugerir influência direta do movimento punk (crescente nos EUA) unido à discotecagem marcada pela bateria que não descansa um segundo.

Ao ritmo das músicas de Some Girls Mick Jagger se tornou a maior referência em termos de presença de palco em toda a história da música. O termo Moves Like Jagger surgiu em meio à turnê do álbum.

A mesma turnê foi o pontapé-inicial para os mega-shows. Estruturas megalomaníacas (até para os dias de hoje) eram um diferencial para um verdadeiro show de rock que seria musicalmente espetacular até se fosse apresentado sobre um palco do Bar do Zé.

Certo. Já citamos Exile on Main Street e Some Girls como obras-primas. Então, em que categoria se encaixa oTatto You? Lançado em agosto de 81, faltam palavras para descrevê-lo. Inclui os hits Start Me UpWaiting on a Friend e No Use in Crying.

Com o lançamento hecatômbico do Tattoo You, a estrutura dos shows cresce ainda mais, e duração mínima dos mesmos vai para três horas, e nenhuma banda resistiria a uma sequencia tão forte sem ao menos sentir um golpe, e foi o que aconteceu com os Rolling Stones.

Em 83, após o lançamento do mediano disco Undercover, os rumores de separação do grupo se fortalecem, os boatos são reforçados pela ausência de turnês e pelo fato dos integrantes começarem a trabalhar em projetos paralelos. Mick Jagger comentou o caso na época: Mamãe vai ficar encantada com o fim dos Stones, ela sempre desaprovou este meu emprego.

Os rumores de fim da banda duraram até o fim dos anos 80. Todos os integrantes lançaram ao menos um álbum solo até o ano de 1990. Entretanto, não houve nenhum tipo de anúncio oficial sobre fim ou hiato.

O álbum Flashpoint trouxe os Stones de volta. De volta aos palcos, de volta a público, e o principal: de volta à mídia. Foi com o sucesso da “reunião” da banda que foi descoberto o potencial da Marca Rolling Stones.

Milhares e milhares de pessoas se espremiam, se empurravam e viravam noites em filas para comprar ingressos para os shows do Rolling Stones. Cada centímetro quadrado ali era disputadíssimo e tinha uma procura escandalosamente maior que o ofertado.

São quatro anos de inatividade (aos olhos do público) e encubação criativa entre a turnê do Flashpoint até o lançamento do Voodoo Lounge em 1994, que teve turnê homônima. Turnê esta que durou um ano e um mês (passou inclusive pelo Brasil), e arrecadou 400 milhões de dólares líquidos.

Após uma acomodação justificável de 8 anos, em 2002 é lançado o disco duplo Forty Licks, com 36 dos chamados Greatest Hits mais 4 singles inéditos. O Forty Licks tem o objetivo de comemorar os 40 anos de banda.

Greatest Hits. Foi bom tocar no assunto. Todos achavam que depois de quarenta anos a banda teria o fim certo e só lançaria álbuns com os sucessos remasterizados, ainda mais com o agravante de um câncer na garganta do baterista Charlie Watts. Foi nessa época, em 2005, que Keith Richards e Mick Jagger surpreendem a público e crítica lançando o álbum de estúdio A Bigger Bang.

Seria possível? Mais um dos melhores álbuns de estúdio de todos os tempos, lançado, de novo, pelo Rolling Stones. Dois compositores com 43 anos de carreira encontraram vontade e criatividade em sabe-se lá o que para um projeto completamente novo.

Já não bastasse todo o alarde em cima do novo e surpreendentemente bom disco, a turnê A Bigger Bang Tourrodou o mundo durante quase um ano e meio, causando rebuliço por onde passava.

Como parte da turnê mais lucrativa da história, os Stones voltaram ao Brasil oito anos depois e tocaram para um público de um milhão de duzentas mil pessoas na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro (vídeo acima). Maior público da história da banda, e o segundo maior público num show segundo o Livro dos Recordes (atrás apenas de Rod Stewart no Reveillon de 1994, na mesma praia de Copacabana, que tocou para mais de 3 milhões e meio de pessoas).

Já em 2007, foram anunciadas novas datas de shows (extensão da turnê Bigger Bang) pela Europa. Ao final da mais longa viagem da história da banda (desde 2005 na estrada com seu último álbum relevante), foram arrecadados 560 milhões de dólares. Recorde absoluto no mercado fonográfico. Marca Rolling Stones, se lembram?

Em junho de 2007 é lançado o DVD quadruplo The Biggest Band. São mais de sete horas de shows, apresentações (inclui o show em Copacabana na íntegra), entrevistas e revelações exclusivas.

No fim de 2011 a banda revela a intenção de turnê internacional em comemorações aos 50 anos do legado deixado para mais de uma geração, e que pelo jeito vai perdurar por muito tempo. O projeto foi adiado, por problemas que todos desconfiam dizer respeito à problemas de saúde de Keith Richards. Mas eles estão errados, pois se depois de ser internado inúmeras vezes em clínicas de reabilitação e ter sua morte prevista uma dúzia de vezes, Keith Richards tem 68 anos, e continua vivo, não há prova maior de que se existe uma coisa que ele não tem, são problemas.

Com Jagger e Richards liderando a maior banda de rock do mundo, os Rolling Stones continuam ativos e completam hoje meio século. Um tapa na cara de quem tem a ilusão de que o rock precisa ser salvo. Meus amigos: o rock é Rolling Stones, e o Rolling Stones nunca morre.

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